Descubra Nikkei

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Sentindo-se em conflito como um pesquisador japonês estudando os nikkei (Japonês)

(Japonês) Nos Estados Unidos, quando se faz este tipo de pesquisa eles perguntam: “O que pode fazer um japonês?”. Por isso, penso que realmente isto seria uma questão a resolver. Mas o que eu posso dizer é que, em relação à pesquisa, eu me incluo no tema, e isso significa que sou a pessoa mais indicada para expressar opiniões por ter vivido a experiência de ter sido discriminada, por exemplo. Mas o fato de não ter vivido e poder opinar através da visão de quem está do lado de fora, também é importante. Eu acho que só com a segunda situação também seria difícil, enfim, eu comecei a achar atualmente que essas duas situações são importantes.

Já passei por momentos em que estive questionando se eu seria uma pessoa devidamente capaciatada para realizar essa pesquisa, pois uma pessoa que viveu a experiência pode definir claramente as coisas, no nosso caso, lemos a história e tiramos nossas conclusões. Nesse caso a análise dos fatos é mais difícil e estamos sujeitos a uma má interpretação. Mas no caso contrário, pode ser que seja mais difícil definir claramente os fatos e a grande quantidade de exemplos que conheço poderia ser favorável. Enfim, acho que as duas posições são importantes e creio que podem ser úteis caso eu necessite. Finalmente, consegui me convencer disso, e isso é muito recente, tive dúvidas por muito tempo.

Bem, depois disso, eu não pude deixar de realizar este trabalho, porque para mim, as pessoas que tinham 70 ou 80 anos, passaram a ser meus tesouros, é por isso que eu não pude deixar isto. Muitas vezes, naquela época, esses Isseis com quem eu conversava, que me contavam as coisas, me pediam: “Por favor, pode deixar registrado isso em algum lugar? ” E isso, sim me fez pensar que eu tinha que fazer algo por eles. Mas ter como tema de pesquisa o ser humano, me fazia sentir um pouco de peso na consciência. E além disso, o fato de eu ser japonesa também pesou, enfim acho que esse tema eu já superei.


pesquisa

Data: 7 de outubro de 2005

Localização Geográfica: Califórnia, Estados Unidos

Entrevistado: Ann Kaneko

País: Watase Media Arts Center, Japanese American National Museum

Entrevistados

Masako Iino se formou em estudos americanos em Tsuda College. Após a formatura, ela viajou para o exterior para estudar na Universidade de Syracuse através de uma bolsa fornecida pela instituição Fulbright. Em Syracuse, ela continuou a estudar sobre a história Americana. Ao notar a grande diversidade étnica e cultural dos Estados Unidos, a Sra. Iino deduziu que uma parte significativa da história americana foi consequência da imigração ao país – o que a levou a aprofundar seus estudos sobre este assunto. Foi daí que ela passou a intensificar sua pesquisa sobre a história da imigração japonesa para os Estados Unidos. Naquela época passou-se a dar maior prioridade aos estudos de cunho histórico-social do que aos de cunho histórico-político. Como resultado, as pesquisas da Sra. Iino foram amplamente incentivadas pelo seu supervisor

Quando a Sra. Iino retornou ao Japão, ela deu aulas sobre imigração e história americana na sua “alma mater”, e continuou a pesquisar a história dos nipo-americanos. Durante as décadas de 80 e 90, ela voltou aos Estados Unidos onde entrevistou vários issei e nisei na Califórnia. Mais tarde, ela expandiu sua área de pesquisa para incluir os Nikkei canadenses, comparando assim as histórias e os processos de integração dos Nikkei no Canadá e nos Estados Unidos.

Atualmente, a Sra. Iino ensina como os Nikkei se conectam com o Japão de acordo com dados da LARA (Agência Licensiada de Assistência para a Ásia). Suas mais importantes publicações recentes são “ Mou hitotsu no nichibei kankei-shi: Funso to kyocho no naka no Nikkei Amerikajin (História de uma Outra Relação Japão-E.U.A.: Nipo-Americanos em Conflito e Coordenação)” (Yuhikaku, 2000), “Hikisakareta chuseishin (Lealdade Despedaçada)” (Minerva Shobo, 1994) (co-editor), e “Nikkei Canadajin no rekishi (História dos Nipo-Canadenses)” (University of Tokyo Press, 1997), o qual ganhou o Prêmio do Primeiro Ministro do Canadá para uma Obra Literária. Atualmente, ela continua com seus estudos acadêmicos e a servir como presidente da Universidade Tsuda. (6 de outrubro de 2006)