PERFIL DO ARTISTA:

Nascido em 1948, em Nagasaki, Japão; vive e trabalha na Cidade do México

Kiyoto Ota estudou na Escola de Arte Democrática do Japão, na Associação de Arte Japonesa e na Escola Nacional “La Esmeralda” de Pintura, Escultura e Gravura do México, onde também trabalhou como professor de escultura. Tem mestrado em Escultura pela Escola Nacional de Artes Plásticas (ENAP), em San Carlos, onde leciona Gravação em Pedra desde 2006. Ota foi várias vezes premiado por sua arte e é fellow em instituições como o “Sistema Nacional de Creadores de Arte,” México.

TRANSCRIÇÃO:

Meu nome é Kiyoto Ota. Eu sou… Bem, um escultor.

Um dos meus amigos era tipo hippie e ele falava sobre arte mexicana, em particular sobre coisas como muralismo. Após ouvir estórias sobre a terra mexicana, a terra ou padrões de terra, humanidade e coisas assim, eu sentia uma espécie de anseio por essas coisas do México e como não havia nada parecido no Japão, eu tinha esse anseio pelo México.

Bem, eu brinco que esqueci um pouco do japonês e sinto que não falo bem o espanhol, e claro, há momentos em que não sei o que sou, mas penso que lá dentro, sou japonês.

Cheguei aqui aos 23 anos, e aos 23 anos, suponho que já estava marcado pela cultura japonesa, então acho que sou japonês, afinal. 

Quando faço meu trabalho, embora não faça meu trabalho consciente de que sou japonês, acho que isso acaba surgindo. Afinal, não posso negar isso, e realmente acredito que minha maneira de pensar sobre as coisas e a minha intuição são provavelmente japonesas. Realmente penso (isso aparece no meu trabalho), penso que isso esta comigo no inconsciente. Afinal, sou japonês e acredito que há certa influência da assim chamada, cultura japonesa.

Bem, eu sinto que isso fica cada vez mais forte à medida que fico mais velho. Quando eu era jovem, não era muito consciente disso, eu sentia que era livre dessa influência, mas conforme vou envelhecendo, sinto que a influência da cultura japonesa esta ficando cada vez mais forte, dia após dia. 

Através da escultura e das suas maneiras de produção, fiz um trabalho que permite experimentar um espaço de cura, que é a Série Útero. Desde o início, eu estava interessado no espaço interior da escultura “Nido”, exatamente como o nome sugere, é um dos úteros e flutua no ar como um útero. Algo pode realmente entrar nele. Portanto, um senso de estabilidade é criado no espírito.

Eu não estudei muito sobre Zen. Afinal, há sempre ambientes culturais que afetam nosso modo de pensar e claro que eu não tinha consciência disso quando ainda estava no Japão, mas recentemente, em especial quando olho para trás, eu realmente sinto que há uma considerável influência do Zen em mim.

Penso através do espaço interno na Série Útero, experimentando a cura não apenas através dos olhos, mas sentindo que o corpo era o objetivo da Série.

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Fronteiras Transpacíficas: a arte da diáspora japonesa em Lima, Los Angeles, Cidade do México e São Paulo está em exibição no Museu Nacional Nipo-Americano de 17 de setembro de 2017 a 25 de fevereiro de 2018. A exposição examina as experiências de artistas de ancestralidade japonesa que nasceram, cresceram ou vivem na América Latina ou em bairros predominantemente latino-americanos no sul da Califórnia. Kiyoto Ota é um dos artistas de destaque nessa exposição.

Para mais informações sobre a exposição, visite janm.org/transpacific-borderlands.

Japanese American National Museum 
100 N. Central Ave. 
Los Angeles, CA 90012 
janm.org

*A exposição é parte da Pacific Standard Time LA/LA—uma iniciativa liderada pela Getty Foundation, que explora a arte latino-americana em diálogo com Los Angeles e foi realizada com um patrocínio dessa Fundação. O atual patrocinador da PST/LA/LA é o Bank of America.