Entrevistas
Nipo Brasileiros
Olha, eu acho que não da para a gente separar, né, com essa aparência, não da para a gente separar, "Não sou Nikkei," né? Não só por que as pessoas, a sociedade, as pessoas que estão à sua volta exigem de você, né. Tão frequentemente eles estão chamando, "Ah, japonesa, japonesa." Na realidade está chamando seu lado Nikkei, não.
Então, eu acho que, num determinado momento da minha vida, eu até poderia lhe dizer sim na época da juventude, a gente briga muito com essa coisa do ser descendente de japoneses. A gente que entra na sociedade maior, né, no caso a sociedade brasileira, quer ser brasileiro como todo mundo. Na realidade, eu acho que o fato de você ser Nikkei, você tem algumas especificidades, você tem uma cultura que você herdou dos seus antepassados, né. Então isso e daí num determinado momento, também soa muito forte na sua vida, né. Então, eu acho que eu trabalhei sempre, né, ligada com a comunidade japonesa. Mas, eu acho que não da para você separar, né.
E eu pessoalmente, eu não conseguiria separar isso, por que eu acho que sempre estaria em conflito, né. Então eu acho que o grande desafio da minha vida, quando jovem e até hoje, é como juntar esses dois lados, e como fazer dessas duas partes algo criativo, né? Algo que possa contribuir para a sociedade ou para a cultura de um modo geral.
Data: 7 de outubro de 2005
Localização Geográfica: Califórnia, Estados Unidos
Entrevistado: Ann Kaneko
País: Watase Media Arts Center, Japanese American National Museum.