PERFIL DO ARTISTA:

Nascido em 1980 na Cidade do México, México; vive e trabalha na Cidade do México

Taro Zorrilla tem diploma em Arquitetura pela Universidade de Waseda, no Japão e a Universidade Autônoma do México. Fez parte do Pavilhão Mexicano na primeira Trienal de Arquitetura de Lisboa, em 2007, e fez o projeto do centro de cultura da Embaixada do Japão no México, em 2010. Em 2011, recebeu uma bolsa da Pola Art Foundation. Recentemente, expôs seu trabalho no Festival Internacional Cervantino no México (2014) e no Museu Taro Okamoto, no Japão (2015). O trabalho de Zorrilla explora os comportamentos e a consciência comunitários. Coletando e reunindo os valores, o conhecimento e os sonhos dos membros de um determinado grupo, seu trabalho recria ou reflete o ideal comunitário. Seu foco tem sido as comunidades multiculturais e multinacionais, particularmente no que diz respeito aos hábitos migratórios humanos.

TRANSCRIÇÃO:

Minha mãe foi quem veio para o México, ela veio sozinha do Japão e imigrou ao México. No entanto, devido a circunstâncias familiares, – o fato é que meu pai morreu quando eu era muito pequeno – então, basicamente, em nosso dia-a-dia, nós, crianças, ficávamos sozinhos, mas com um estilo de educação muito japonês. Após eu terminar a fase de instrução, sempre me senti nipo-mexicano.

Meu trabalho é composto por quatro partes. A primeira é a produção artística, que é basicamente composta por vídeo com mídia, e também maquetes ou desenhos. A segunda é a arquitetura, e minha perspectiva arquitetônica ajudou muito em meu trabalho artístico também. A outra parte é a arquitetura que está a serviço da comunidade ou do público. Vemos um determinado espaço ou situação social, no qual julgamos que a arquitetura pode contribuir com algo. E a quarta é a atividade junto a uma associação civil chamada "Fundación Paisaje Social", em que realizamos atividades, principalmente oficinas de arte.

Portanto, você não pode pressupor, "Ok, sou arquiteto, então tenho que fazer isso, ou sou artista, tenho que fazer isso”. Continuam surgindo as curiosidades ou preocupações, quando penso em como posso contribuir para a atual situação. Dependendo da forma como as pessoas me vêem, elas querem me enquadrar como arquiteto ou artista, ou mexicano-japonês ou nipo-mexicano, mas isso depende de como os outros me vêem.

Mas de qualquer maneira, no trabalho artístico, quando você os intitula desta forma, ou trabalho arquitetônico, estou constantemente em um estado de mutação ou imigração. Neste caso, o trabalho que estou expondo é uma história comunitária de imigrantes mexicanos que vão para os EUA e constroem suas casas no México.

O que sempre me motiva é quando me encontro com esses “comportamentos”. “Comportamentos” são quando um grupo de pessoas que não se conhecem fazem a mesma coisa ou têm os mesmos gestos. Nesse caso, os imigrantes estão construindo casas por todo o México. Portanto, meu interesse é um tipo de comportamento que motiva as pessoas a executar algum tipo de ação em virtude de seus sentimentos.

A parte de como uma comunidade se forma através desse processo é o que realmente me interessa. Especialmente quando as pessoas se mudam e vivem em algum outro lugar. A cultura e os costumes que cada um leva consigo, se misturam com a cultura e os costumes do novo lugar para onde migraram - e este é o tema principal deste projeto.

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Fronteiras Transpacíficas: a arte da diáspora japonesa em Lima, Los Angeles, Cidade do México e São Paulo está em exibição no Museu Nacional Nipo-Americano de 17 de setembro de 2017 a 25 de fevereiro de 2018. A exposição examina as experiências de artistas de ancestralidade japonesa que nasceram, cresceram ou vivem na América Latina ou em bairros predominantemente latino-americanos no sul da Califórnia. Taro Zorrilla é um dos artistas de destaque nessa exposição.

Para mais informações sobre a exposição, visite janm.org/transpacific-borderlands.

Japanese American National Museum 
100 N. Central Ave. 
Los Angeles, CA 90012 
janm.org

*A exposição é parte da Pacific Standard Time LA/LA—uma iniciativa liderada pela Getty Foundation, que explora a arte latino-americana em diálogo com Los Angeles e foi realizada com um patrocínio dessa Fundação. O atual patrocinador da PST/LA/LA é o Bank of America.