O dinheiro enviado do Japão para a associação de auxílio aos japoneses (Japonês)
(Japonês) Em menos de um mês o Papa passou a nos mandar 100 contos por mês e juntamos 500 contos de reis. Ao mesmo tempo, a cruz vermelha do Rio, começou a nos mandar o mesmo mensalmente. Não sabíamos de onde vinha, mas finda a guerra, soubemos que era o governo japonês que nos mandava o dinheiro, isso porque sabiam, no Japão, que cuidávamos dos japoneses que passavam dificuldades.
País: Caminho da memória - 遥かなるみちのり. São Paulo, Brazil: Comissão de Elaboração da História dos 80 Anos de Imigração Japonesa no Brasil, 1998. VHS.
Entrevistados
Margarida Tomi Watanabe (anteriormente Ikegami)—conhecida como a “Mãe das Migrações Nikkeis”—nasceu na província de Kagoshima em 1900. Aos 10 anos de idade, depois de descobrir que seus vizinhos estavam emigrando para o Brasil, ela decidiu também partir para o Brasil na esperança de aliviar a situação financeira de sua família. A bordo do Kanagawa Maru, ela chegou no porto de Santos em março de 1912, indo morar com seu tio que já havia se estabelecido no país. Ela foi tratada como uma filha, e aos 18 anos mudou seu nome oficialmente para Margarida. Em 1928, ela se casou com o Sr. Watanabe, o primeiro contador público certificado de origem japonesa.
Durante a Segunda Guerra Mundial, ela viu seus compatriotas serem presos e encarcerados; apesar de viver uma situação difícil por ser vista como uma “estrangeira inimiga”, ela decidiu dar início a atividades de assistência. Em junho de 1942, ela estabeleceu a Associação Católica Japonesa de Assistência. Ela continuou seu trabalho de assistência social após o fim da guerra, e abriu o Ikoi-no sono, um asilo para nikkeis idosos que continua em operação até hoje. Ela faleceu aos 95 anos em 1996.
Como reconhecimento pelas suas contribuições ao bem-estar social, ela recebeu vários prêmios, incluindo o Prêmio Cultural Yoshikawa Eiji (1992) e o Prêmio Asahi do Bem-Estar Social (1993). (22 de junho de 2007)