(Inglês) Eu tenho um amigo que não sabia que ele tinha um passado japonês até o dia em que teve que colocar um band-aid. O comercial na época dizia: “É da cor da sua pele”. Você colocava o band-aid e não notava que estava lá. Ele então colocou o band-aid e viu que a cor era diferente. Aquela foi a primeira vez que ele notou que era nipo-americano. Como a nossa casa ficava bem no meio de um campo de vinhas – e quando eu era criança, pode-se dizer que eu só tinha contato com meus pais e familiares – por isso, foi só quando eu fui pra a escola e me tornei parte da cultura americana que eu vim a descobrir, mais ou menos, do que aquilo tudo se tratava.
Robert Kiyoshi Okasaki, tem 61 anos de idade e é yonsei (pelo lado materno). Nasceu em French Camp, California, em 1942, pouco antes de sua família ser encarcerada durante a II Guerra Mundial no campo de concentração Rowher no Arkansas. Depois da guerra, morou em Stockton e mais tarde em Lodi, Califórnia, onde sua família tinha um vinhedo.
Bob frequentou o San Jose State College e concentrou-se em cerâmica. Através do programa Study Abroad, Bob tornou-se aprendiz de um ceramista considerado tesouro nacional no Japão, lugar onde louça de mesa é considerada arte.
Em sua jornada pelo Japão, Bob sentia-se americano, mas hoje, quando volta aos Estados Unidos, não se sente mais americano. Casou-se com uma japonesa em 1975 e teve o primeiro filho em 1985. Quando foi para o Japão pela primeira vez, às vezes os japoneses o tratavam como “não pertencendo totalmente ao lugar” por não dominar a língua japonesa. Seu relacionamento com a família de sua esposa mudou de um relacionamento de cautela para confortável, ao ponto de sentir que a família de sua esposa é sua família. (28 de novembro de 2003)