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O dia em Pearl Harbor foi bombardeada (Inglês)

(Inglês) Eu vinha dirigindo na avenida principal, a Pacific Avenue; eu nunca tinha visto aquilo antes. Havia soldados e marinheiros, e eles estavam todos querendo pegar carona para o seu ... Bom, seja para onde for que eles tinham sido enviados. Em San Pedro tinha a marinha e também era onde ficava o Fort McArthur. Eu pensei: “Nossa, eu nunca vi uma coisa igual”. Todos os soldados e marinheiros estavam pedindo carona. E calhou de eu ver um colega de escola – ele era ... era era basco, tipo espanhol – e ele estava pedindo carona também. Então eu gritei para ele entrar no meu carro e ele disse: “Tudo bem?”

Ele entrou no carro e eu perguntei: “Para onde eu devo levar você?”
Ele então perguntou: “Você não ouviu o noticiário no rádio?”
Eu disse: “Não. O que está havendo?”
E ele respondeu: “O Japão bombardeou Pearl Harbor no Havaí, e por isso estamos em estado de alerta”.

Então ele me pediu para levá-lo até o Fort McArthur, e foi o que eu fiz. Eu fiquei boquiaberta. Eu não podia acreditar -- que o Japão tivesse atacado o Havaí, ou Pearl Harbor. Então eu fui à igreja e pela primeira vez me senti de uma maneira estranha. Todas as outras vezes eu havia me sentido como se fosse uma americana branca; eu me via apenas como uma americana. Mas quando eu cheguei na igreja, eu pude notar a diferença; eles estavam me olhando não como qualquer outra americana como haviam feito até então. Até meus alunos me olhavam meio – não sei dizer – como se não soubessem o que fazer ou como agir comigo porque eu era japonesa. E como ... Bom, como a igreja toda parecia ... Eles não sabiam o que fazer. Eles acabaram reduzindo muito o horário da escola dominical. Eu costumava colocar dentro do carro todas as crianças que iam a escola dominical e então eu levava cada uma delas para sua casa. Mas aí, até quando todas estavam no carro, a coisa tinha mudado; eu acho que era porque elas sabiam que uma parte do território americano havia sido bombardeado.


forças armadas militares racismo Segunda Guerra Mundial

Data: 16 de Junho de 2003

Localização Geográfica: Califórnia, Estados Unidos

Entrevistado: Karen Ishizuka, Akira Boch

País: Watase Media Arts Center, Japanese American National Museum.

Entrevistados

Yuri Kochiyama (nascida Mary Nakahara) nasceu no sul da Califórnia na comunidade de San Pedro em 1922. Era “provincial, religiosa, e apolítica” até o bombardeio do Japão, em 7 de Dezembro de 1941, contra a base naval dos EUA em Pearl Harbor no Havaí, que levou o governo a encarcerar todos os nippo-americanos em dois campo de concentração. Sua detenção em dois campos de concentração durante a guerra no segregado sul dos Estados Unidos, a fez perceber os paralelos entre o tratamento aos nikkeis e aos afro-americanos.

Depois da guerra, casou-se com Bill Kochiyama, veterano de um segregado batalhão de nippo-americanos que morava na cidade de Nova Iorque. Em 1960, a família Kochiyama se mudou para um alojamento de baixo custo no bairro afro-americano de Harlem. Seu envolvimento político no local mudou sua vida, especialmente depois do encontro com o nacionalista negro e revolucionário, Malcolm X, assassinado dois anos depois. Desde então, tem longa história como ativista pela liberação dos negros, a compensação aos nippo-americanos, a oposição a Guerra do Viatnã, a oposição ao imperialismo geral e o aprisionamento de pessoas que combatem a injustiça.

Ela morreu em 1 de junho de 2014, aos 93 anos de idade. (Junio de 2014)

Yamamoto,Mia

Compreendendo o racismo anti-negro no ensino médio

(n. 1943) advogado transgênero nipo-americano