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Panorama da mídia brasileira no Japão

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A mídia brasileira no Japão, assim como a maioria dos processos de comunicação no mundo todo, vem apresentando um crescimento acelerado, acompanhado de uma grande diversificação e segmentação. Nas mais de duas décadas de movimento dekassegui - no qual o grupo de brasileiros imigrantes foi aos poucos se transformando em uma comunidade socialmente articulada -, a mídia vem acompanhando essa expansão e sofrendo constantes modificações, seja nos veículos impressos, seja nos veículos de áudio, vídeo e web. Para compreender o atual panorama da mídia brasileira no Japão, é preciso olhar para trás e conhecer os primórdios da imprensa dekassegui.

Primórdios

Quando a primeira geração de nikkeis brasileiros enfrentava os desafios de trabalho no arquipélago, apenas dois jornais disputavam o posto de fonte de notícias do Brasil e do Japão: o International Press, fundado em 1992, e o Jornal Tudo Bem, fundado em 1993. Para a comunidade brasileira, cuja única forma de manter-se informada sobre o Brasil era por meio de cartas dos parentes até então, a criação de impressos passou a suprir suas necessidades básicas de informação sobre o Brasil.

"Os primeiros dekasseguis recebiam dos parentes no Brasil cópias de recortes de jornais e revistas brasileiras enviadas pelo correio. Em uma época em que a internet não existia, era dessa maneira precária que a maioria se informava sobre os fatos que ocorriam na terra natal." (ARAI- HIRASAKI, 2008, p. 220)

O momento inicial da imprensa dekassegui refletia uma predominância de reportagens sobre o Brasil e informações oriundas de agências noticiosas, como Agência Estado e Agência Folha. A linha editorial dos veículos era pouco definida e o perfil do jornalista era de um profissional experiente no Brasil, geralmente nissei, que falava um pouco de japonês. A concorrência principal se dava entre International Press e Jornal Tudo Bem, embora existissem outras publicações de menor expressão.

Aos jornais, seguiu-se a implantação da TV Globo Internacional, com parte da programação da maior emissora brasileira. Embora os custos para a instalação de antenas captadoras do sinal da Globo e as mensalidades dos pacotes fossem altos, grande parte dos brasileiros residentes no Japão passaram a utilizar o sistema. Outro recurso, mais barato e popular na comunidade, era a locação de fitas de vídeo contendo a programação da Rede Globo e de outras emissoras. Assim, novelas, minisséries e programas como o Fantástico continuavam a fazer parte da vida dos brasileiros mesmo estando eles em território estrangeiro.

Consolidação

Por quase uma década, a situação da mídia brasileira no Japão se restringiu a isso: jornais impressos, fitas de vídeo e uma rede de televisão. Esse período foi marcado pela consolidação dos periódicos International Press e Jornal Tudo Bem como os maiores veículos de comunicação impressa em português no Japão. Eles passaram por definição de editorias e seções. A linha editorial, antes pouco clara, foi sedimentada.

Nesse período também foi constatado um aumento da concorrência entre os jornais impressos, com a presença de novos jornais regionais - Look, na província de Gunma, e Folha Mundial e Nova Visão, na província de Shizuoka.

"Hoje, o Tudo Bem e o International Press são os principais jornais em circulação para os brasileiros no arquipélago. As mudanças editoriais que ocorreram em suas páginas ao longo desses anos refletem as próprias transformações no estilo de vida dos brasileiros. Se até meados da década de 1990, os leitores estavam interessados unicamente nas notícias do Brasil, hoje buscam mais o que ocorre no Japão e na própria comunidade, um claro sinal de que os dekasseguis estão se tornando imigrantes." (ARAI- HIRASAKI, 2008, p. 224)

A medida que a comunidade brasileira crescia, se organizava e passava a ter cada vez mais atividades sociais, esportivas, religiosas e outras, a imprensa brasileira no Japão, captando essas tendências, promovia mudanças editoriais e gráficas no sentido de atrair esse potencial público leitor.

"Na periferia da economia japonesa, tendo em vista o mercado consumidor de brasileiros em crescimento no Japão, surgiram ainda novos estabelecimentos, como casas comerciais de produtos alimentícios, confecções, produtos de perfumaria, calçados fabricados no Brasil; além disso, expandiram-se restaurantes com comida típica, locadoras de filmes em língua portuguesa, casas noturnas com música brasileira, cabeleireiros, serviços de reparação e até venda de carros usados para brasileiros - tudo isso sob controle de brasileiros ou japoneses retornados do Brasil e protegido por avalistas japoneses que são, na realidade, os investidores efetivos." (KAWAMURA, 2003, p.100-101)

A mudança de perfil da comunidade provocou transformações nos periódicos impressos e a mídia dekassegui foi ampliando suas bases de cobertura da comunidade. Com redações mais estruturadas, os jornais brasileiros no Japão passaram, a realizar coberturas maiores e mais completas sobre a crescente comunidade brasileira no Japão.

Ao passo que essa comunidade se estabelecia permanentemente em províncias como Gunma, Shizuoka e Aichi, sucursais eram criadas nas cidades com grande concentração de brasileiros: Oizumi, Hamamatsu e Nagoya. Esta última, a capital de Aichi, abriga sucursais não pela grande quantidade de brasileiros mas por reunir a estrutura governamental, comercial e bancária do Brasil (o Consulado do Brasil em Nagoya, diversas lojas de produtos brasileiros, restaurantes e casas noturnas e os bancos brasileiros, como Banco do Brasil e Bradesco, entre outros). Além da instalação de sucursais, outra medida estrutural que partiu das redações dos periódicos foi a contratação, em sistema de free lancer, de repórteres e fotógrafos em províncias de razoável concentração de brasileiros, como Nagano, Tochigi e Mie.

Nesse segundo momento da imprensa brasileira no Japão, o perfil do jornalista sofreu algumas alterações. Profissionais experientes vindos do Brasil continuavam a chegar, nikkeis ou não, geralmente com o visto de especialista em humanidades, concedido a jornalistas pelo Consulado do Japão. A esses, somavam-se ex-dekasseguis com diploma de jornalismo que deixavam as fábricas, fotógrafos autodidatas ou que aprenderam o ofício em cursos no Japão e não-formados em jornalismo com bom trânsito na comunidade. Os repórteres diplomados ex-dekasseguis e os "repórteres sem diploma" costumavam enviar seus textos para a redação central da publicação, onde eram reescritos conforme os padrões jornalísticos do determinado periódico.

"Os profissionais das sucursais escrevem matérias sobre as comunidades locais e as enviam à sede. Atualmente, o IP tem seis sucursais, um repórter em cada uma, e apenas um tem experiência em jornalismo. Para a mídia atual, ter alguém informado sobre a realidade das comunidades brasileiras no Japão pode ser mais útil do que um repórter formado em jornalismo com experiência no Brasil. A própria Fátima (Fátima Kamata, editora-chefe do IP, em entrevista realizada em 2001), quando começou a trabalhar no jornal japonês de São Paulo, teve que se ajustar, aprendendo com os próprios erros que as políticas editoriais de publicações comunitárias são diferentes das de jornais comuns. Assim, nesses jornais a experiência no jornalismo tradicional não é enfatizada." (SHIRAMIZU, Shiguehiko, 2004)

Momento atual

Na virada do século 21, dois adventos mudaram o panorama da mídia brasileira no Japão. O primeiro foi a internet, cuja popularização teve início nos anos 1990. O segundo foi a criação dos free papers, publicações gratuitas que ganharam espaço no Japão graças ao grande número de estrangeiros no país.

Internet

A popularização da internet transformou mundialmente o universo das notícias. Em fins dos anos 1990, a mídia digital conquistou adeptos no Japão dada a facilidade em adquirir um computador e a excelente qualidade da rede digital do país.

Quando começaram a surgir os primeiros sites noticiosos na mídia digital, a pergunta que surgiu foi se não seria o fim dos impressos. Mais de uma década depois da popularização da internet, o que se vê é que a mídia digital contribuiu para uma reformulação de conteúdo dos periódicos no mundo todo e foram estabelecidas parcerias que multiplicaram o acesso a informação com recursos de áudio, vídeo e interativos.

A internet funcionou como agente criador de uma nova linguagem e influenciou as demais mídias com seus hiperlinks, ferramentas e interatividade, além de transformar as relações entre jornalistas e fontes.

"De fato, se realizarmos uma análise sobre as transformações provocadas pela internet perceberemos que, de certa forma, ela ajudou muito o exercício jornalístico. Facilitou o acesso às informações, o contato com fontes e a pesquisa no lado da apuração; ao mesmo tempo também ampliou o alcance e a possibilidade de distribuição da informação jornalística." (FLIZIKOWSKI, Marcio, 2004)

A internet reduziu as distâncias e promoveu uma revolução em todos os processos noticiosos que até então se tinha conhecimento. Dentro das redações, as mudanças foram sentidas desde a elaboração da pauta até a edição e posterior publicação dos periódicos. A forma de trabalho do profissional de imprensa mudou radicalmente em apenas uma década.

Com a popularização da rede mundial de computadores, uma nova - e barata - forma de obtenção de notícias do Brasil foi instaurada no arquipélago. E os veículos de comunicação para brasileiros no Japão tiveram de rever e reformular seu campo de ação.

Os dois maiores jornais brasileiros no Japão reforçaram o foco das coberturas locais. Primeiramente por conta do aumento das pautas relativas à comunidade. Quanto maior e mais estruturada a comunidade, mais notícias ela produz, o que demanda uma cobertura mais eficiente. Em segundo lugar porque o leitor tem agora informações praticamente em tempo real oriundas da web, de modo que os impressos não têm como concorrer com a internet em conteúdo geral, tais como notícias de Brasil, Internacional, Esportes e Cultura.

Mas, em vez de declarar o fim da mídia impressa, a internet inaugurou uma nova relação entre veículo e público leitor: os impressos ganharam versões web, mais interativas com os leitores, e sobreviveram. Impressos e web se tornaram aliados no fornecimento de informação.

Detentores das notícias da comunidade brasileira dekassegui, os periódicos em português no Japão firmaram parcerias com grandes portais do Brasil. Atualmente, o Jornal Tudo Bem está hospedado no portal UOL, e o IPC, por meio da Pokebrás, está ligado ao Grupo Abril. As demais publicações para brasileiros no Japão também disponibilizam sites ao público leitor ou edições integrais na web.

Free papers

O segundo fator que transformou o panorama da mídia brasileira no Japão foi o surgimento dos free papers, as revistas gratuitas em português. Os primeiros free papers brasileiros surgiram no início de 2000. A primeira revista de expressão foi a quinzenal Alternativa, fundada em 2000, com sede em Aikawa, província de Kanagawa. Atualmente, os free papers somam mais de 60 títulos cuja principal característica é a segmentação. Há free papers que abordam um só assunto - automóveis ou religião, por exemplo - e outros de circulação apenas em uma província.

Atualmente, os maiores free papers são: Alternativa + version Nishi and Higashi (www.alternativa.co.jp), Gambare! (www.gambare.co.jp), Vitrine (www.vitrine.co.jp), Mais Brasil (www.maisbrasil.co.jp), Acha Fácil (www.achafacil.jp), Folha E (www.folhae.jp), and Meu Carro (www.meucarro.jp).

Futuro

Os dekasseguis brasileiros de hoje desfrutam inúmeras e variadas opções de acesso às notícias do Japão, do Brasil e do mundo. A própria comunidade, que no início do movimento dekassegui era mais homogênea, hoje é composta de brasileiros e brasileiras de todas as faixas etárias, com gostos e interesses diversos. Nesse sentido, também se diversificam os locais para se fazer compras, os points de lazer e os tipos de diversão desses brasileiros.

No campo editorial, as transformações pelas quais a comunidade vem passando se traduzem em diversificação de títulos e segmentação das publicações visando atender a públicos menores porém mais fiéis. A variedade de periódicos à disposição dos leitores brasileiros - distribuídos nas lojas de produtos brasileiros - reflete a tendência mundial de jornalismo de publicações especializadas.

É interessante ressaltar uma importante mudança na linha editorial dos impressos, que vem acontecendo gradualmente com o passar dos anos. Cada vez menos o público leitor é visto como alguém que está de passagem no Japão, que vai trabalhar de dois a quatro anos no país e retornar ao Brasil. O número de reportagens sobre a volta à terra natal, embora sempre presente, tem diminuído, em detrimento de reportagens sobre como viver no Japão, como se aposentar no país ou como comprar um imóvel no arquipélago.

Em um passado recente, a linha editorial implícita na maioria dos veículos impressos conduzia suas reportagens a partir do pressuposto que a maioria dos dekasseguis brasileiros estavam apenas temporariamente no país. Hoje, a linha editorial sinaliza que a migração brasileira não é mais temporária, mas permanente, e o foco principal das reportagens passou a ser a vida no Japão. A integração à sociedade japonesa, visto permanente, aposentadoria, compra de casa própria, escolas e faculdades japonesas são temas recorrentes das reportagens que interessam a grande parte do público leitor.

Assim como comunidade brasileira no Japão e a sua mídia vem sofrendo transformacões, o perfil e as perspectivas dos jornalistas brasileiros no Japão também têm mudado. O mercado de trabalho, que antes se resumia a três ou quatro publicações, multiplicou-se e expandiu-se para além dos limites dos impressos, chegando, ao rádio, à TV e à internet.

E o que era uma experiência nova e temporária de trabalho fora do Brasil para jornalistas se constitui hoje em um mercado de trabalho permanente, que recruta profissionais de publicações no Brasil, de veículos no Japão, e também das fábricas, uma vez que os ex-dekasseguis com diploma de jornalista e os "jornalistas sem diploma" ainda compõem uma parcela significativa das redações da mídia brasileira no Japão. Isso poderia causar espanto nas redações do Brasil, onde o diploma é exigido pela maioria dos meios de comunicação. No Japão, a ausência de diploma é aceita como fato, talvez pela própria caraterística da profissão na sociedade japonesa. No Japão não existem escolas de jornalismo e os meios de comunicação recrutam seus futuros empregados das faculdades de sociologia, ciências políticas, economia, história e outras, fornecendo treinamento interno aos novatos na profissão.

Quadro Mídia brasileira no Japão

1. primórdios (1992 a 1996)

Concorrência principal: IP e JTB

Perfil do jornalista: experiente no Brasil, nissei, falando um pouco de japonês

Anunciantes: bancos, empreiteiras

2. consolidação (1996 a 2000)

Concorrência: IP, JTB, jornais regionais (Folha E, Look, Folha Mundial),
free papers em inglês (Tokyo Classified), TV Globo Internacional, fitas de vídeo com programas jornalísticos e telenovelas.

Perfil do jornalista: experiente no Brasil, ex-dekassegui, nikkei ou não
Anunciantes: bancos, empreiteiras, lojas (comércio brasileiro em geral)

3. momento atual (2001 a 2008)

Concorrência: IP, JTB, internet (portais, sites, blogs, waps), free papers semanais e quinzenais de informação (Gambare!, Alternativa, Vitrine, Mais Brasil), free papers mensais, bimensais, free papers segmentados carros, religiosos etc, TV Globo, Rede Record, NHK em português.

Perfil do jornalista: experiente no Brasil ou no Japão, ex-dekassegui com ou sem diploma de jornalismo, nikkei, mestiço, casado (a) com descendentes ou sem ascendência nipônica.

Anunciantes: bancos, empreiteiras, comércio, restaurantes, escolas, agências de turismo, auto-escolas, academias, clínicas de estética, serviços de hostess, telefonia, internet, informática, empresas de mudanças etc.

 

 

 

BIBLIOGRAFIA

ARAI, Jhony, HIRASAKI, Cesar, 100 anos da Imigração Japonesa no Brasil, São Paulo, 2008. Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.

FLIZIKOWSKI, MARCIO, artigo “O desafio do jornalismo no século 21,” 25/5/2004.

KAWAMURA, Lili, Para onde vão os brasileiros, São Paulo, 2003.

LOPEZ, Immaculada, Reportagem “Invasão verde-amarela,” publicada na Revista Problemas Brasileiros, nº 319 janeiro/fevereiro de 1997.

SASAKI, ELISA, Imigração para o Japão, Estudos Avançados, vol.20 nº.57 São Paulo Mai/Ago 2006.

SHIRAMIZU, SHIGUEHIKO, Ethnic Media Studies, Jornalismo Comunitário - Publicações em Português crescem no Japão, 2004.

Periódicos consultados

International Press - semanal, 50 mil exemplares
Jornal Tudo Bem - semanal, 40 mil exemplares
Alternativa - quinzenal, versão Nishi e Higashi 56 mil exemplares
Gambare! - semanal, 25 mil exemplares
Vitrine - quinzenal, 60 mil exemplares
Folha E - mensal, 40 mil exemplares
Mais Brasil - quinzenal, tiragem não divulgada
Acha Fácil Guia de Compras e Serviços - mensal, 30 mil exemplares
Olho vivo - mensal, 20 mil exemplares
Boa dica - mensal, 20 mil exemplares
Meu Carro - mensal, tiragem não divulgada

*Andreia Ferreira foi palestrante na mesa intitulada “Em busca de novos sonhos: as comunidades nikkeis pelo Brasil e a contribuição para o agronegócio brasileiro” no Simpósio – 100 anos de Imigração Japonesa: As múltiplas identidades da Comunidade Nikkei realizado pelo Discover Nikkei em São Paulo no dia 20 de Setembro de 2008.

© 2008 Andréia Ferreira

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Sobre esta série

Uma série de artigos de palestrantes do Simpósio Descubra Nikkei - "100 Anos de Imigração Japonesa: As Múltiplas Identidades da Comunidade Nikkei", em São Paulo, em 20 de setembro de 2008.

Mais informações
About the Author

Andréia Ferreira é jornalista desde 1989. Após atuar na grande imprensa do Brasil, trabalhou como repórter e editora do Jornal Tudo Bem e da revista Made in Japan em Tóquio entre 1999 e 2001 e em São Paulo de 2002 a 2006. Atualmente edita livros de temática japonesa e é editora da revista Gambare!. Cursa mestrado na USP com um projeto sobre Jornalismo Brasileiro no Japão.

Atualizado em setembro de 2008

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