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Convenção em conjunto APN-KNK no Brasil discute a Identidade Nikkei

SÃO PAULO, Brasil—Cerca de 500 pessoas participaram da convenção conjunta da Associação de Nikkeis e Japoneses no Exterior (Kaigai Nikkeijin Kyokai – KNK) (48a. conferência anual) e da Associação Panamericana Nikkei (APN / PANA) (14a. Convenção panamericana Nikkei - COPANI) entre 18 e 21 de julho de 2007. Dentre os participantes, se encontravam 245 brasileiros, 156 de países de língua espanhola como o Peru, México, Argentina, Chile, Bolívia, etc., e 66 de países anglofones, como os Estados Unidos, Canadá e Austrália.

Pela primeira vez, representantes da Indonésia, Venezuela e Nova Caledônia participaram. O Uruguai irá sediar a COPANI em 2009, com os nikkeis da Argentina e Paraguai ajudando a colônia japonesa local de aproximadamente 100 famílias.

São Paulo é uma metrópole com cerca de 19 milhões de habitantes. De acordo com algumas estimativas, existem 1.5 milhão* de nikkeis no Brasil, a maior parte deles no estado de São Paulo. Além disso, estima-se que 310.000 nikkeis brasileiros vivam no Japão como trabalhadores imigrantes dekasegi . A sede da convenção, o Hotel Blue Tree Ibirapuera, pertence a uma brasileira nikkei, a Sra. Aoki, cujo nome pode ser traduzido como “Blue Tree” (“Árvore Azul”).

O tempo (em julho, meados do inverno na América do Sul) foi um pouco chuvoso – garoando em Lima, e com as ruas molhadas em São Paulo, Rio de Janeiro e nas Cataratas de Iguaçu – durante os meus 14 dias fora de Los Angeles. Mas notamos que a temperatura subiu para 36°C no Rio. Fizemos um tour pela cidade em um ônibus que passou pela praia de Copacabana rápido demais para que pudéssemos ver as garotas de biquini.

    Nota: De acordo com o 2007 World Almanac, a população do Brasil é de 186.078.227. Na Wikipédia, a enciclopédia online gratuita, consta que os nipo-brasileiros representam 0.8% da população brasileira. O time de pesquisa da Wikipédia é composto por Juliana Imai, Dan Nakagawa, Fernando Takai e Luiz Gushiken.

Discursos com tradução simultânea

Na sessão conjunta no plenário APN-KNK (na qual eu participei, e pude desfrutá-la graças à tradução simultânea ) foram discutidos assuntos pertinentes às comunidades nikkeis em seus respectivos países. A identidade nikkei realmente varia de país para país.

Por outro lado, na sessão dos representantes da APN (sem tradução simultânea ) dois representantes – um do Chile (Roberto Hirose) e outro da Colômbia (Carlos Nishi), que estavam sentados ao lado do presidente da PANA-USA, Arturo Yoshimoto (nascido no Peru) – trocaram de lugar com Art e Keiko Miki do Canadá, que estavam sentados do outro lado do salão de 50 assentos. A troca de assentos ocorreu quando se intensificaram as discussões sobre os pontos positivos e negativos da apresentação da próxima convenção e do estabelecimento de um fundo de assistência financeira de US$1 milhão.

O par de Winnipeg, Canadá, se juntou a Lillian Kimura, da PANA-East, e Lea Hayashi, da PANA-USA, com Yoshimoto no papel de porta-voz do setor anglofone.

O presidente da APN, Felix Kasamatsu, anunciou que um grupo de advogados e um subcomitê irão pesquisar a estrutura institucional da organização para estabelecer um fundo de assistência financeira sem fins lucrativos.

Desafios e Esperanças do Apresentador

O tema da convenção, “A Contribuição Nikkei ao Progresso da Sociedade”, ressaltou “o retorno aos valores básicos das comunidades nikkeis no exterior e a promoção do desenvolvimento e do papel da comunidade” através de diálogos entre as gerações mais antigas e as mais novas, como afirmou o apresentador, o professor japonês Kotaro Horisaka da Universidade de Sophia , ao iniciar seu discurso.

O professor Horisaka também reviu a história do Kaigai Nikkeijin Kyokai (KNK), formado em maio de 1957. Suas convenções anuais chamaram a atenção dos nikkeis estrangeiros em viagens de negócios no Japão e dos estudantes estrangeiros no país. Desde 1990, dekasegi brasileiros começaram a participar. O número de países representados nas convenções do KNK varia entre cinco e – o maior número alcançado – 21, em 2001.

O imperador e a imperatriz participaram da 40a. convenção KNK em Tóquio em 1999. Um membro da família imperial geralmente toma parte nestas convenções.

O KNK também forneceu assistência a vários projetos do JICA (Agência Japonesa de Cooperação Internacional), cujo propósito parece ser similar ao do Corpo da Paz americano. Suas convenções serviram como um fórum para interações sociais entre os nikkeis. Resoluções recentes ressaltaram a importância da adaptação das experiências dos nikkeis no exterior para o desenvolvimento e a prosperidade de outras comunidades nikkeis, a promoção do ensino da língua japonesa aos nikkeis, e a restauração do antigo Centro de Emigração de Kobe que resistiu ao grande terremoto de Hanshin in 1995. Uma seção do Centro sedia uma escola para aulas de português e japonês.

O significado da palavra “Nikkei” está mudando

A semântica da palavra “nikkei” no Japão, um país bastante homogêneo, que antigamente significava “emigrante”, adquiriu um novo significado, explicou Horisaka. Por volta de 1990, a palavra passou a representar os nikkeis nascidos no exterior que vieram morar e trabalhar no Japão. Horisaka acrescentou que nos Estados Unidos o termo inclui todos os indivíduos de descendência japonesa, mesmo “os filhos de casamentos interétnicos [e] de funcionários de empresas japonesas que viajaram para o exterior e permaneceram por lá”.

Seguindo a “Estratégia Inovação 25”, lançada pelo governo do primeiro-ministro japonês Shinzo Abe para a criação de novos sistemas e estruturas até o ano 2025, o estudioso sobre economia latino-americana (especialmente brasileira) de Sophia explicou a maneira que o economista de Harvard Joseph Schumpeter interpreta o termo: “inovação – o estilo de atividades praticadas por empresários criando aspectos econômicos totalmente novos”.

Os governantes japoneses iniciaram discussões sobre “inovação”, afirmou Horisaka, expressando a esperança de que os nikkeis, “como indivíduos auto-suficientes”, possam estimular o crescimento japonês através de experiências adquiridas em seus países de origem. Ele declarou que esta convenção em São Paulo, um ponto quase antípoda ao Japão, demonstra o potencial da criação de uma “ponte de conhecimento” – uma estrada interativa de mão dupla entre o Japão e as comunidades nikkeis em todo o mundo.

Kasamatsu re-eleito presidente da APN

Felix S. Kasamatsu, presidente re-eleito da APN (Associação Pan-Americana Nikkei), declarou estar muito satisfeito com o fato da APN ter estimulado a participação dos líderes nipo-brasileiros lado a lado com o KNK do Japão, e com o entendimento mútuo entre os membros da APN em todo o mundo, especialmente no Brasil, onde existem centenas de associações nikkeis. A Venezuela e o Havaí foram convidados para se tornarem novos membros.

Tsukada lidera o KNK

Chihiro Tsukada, o presidente do KNK e ex-embaixador japonês no Brasil, comentou que a situação atual no Japão com respeito à comunidade nikkei local e no exterior está mudando. Ele explicou que o conceito de “emigração” se tornou algo ultrapassado, evoluindo do enfoque de simples “assistência aos emigrantes” para uma nova etapa definida como uma “cooperação com os nikkeis, de forma que o amadurecimento das comunidades nikkeis são vistos como uma mudança bem-vinda”.

Embaixador Ken Shimanouchi

O embaixador japonês no Brasil, Ken Shimanouchi, expressou sua satisfação com a participação dos nikkeis americanos no Japão, ajudando o país a entrar na idade moderna. Ele ainda explicou que as convenções nikkeis, “com o avanço da globalização”, continuam a ter um papel importante ao conectar os nikkeis entre si e com o Japão.

Ele acrescentou que o governo japonês pretende apoiar as atividades das comunidades japonesas através de eventos como a convenção conjunta em São Paulo. Diga-se de passagem, ele é o filho mais velho de Toshiro “Hank” Shimanouchi, formado no Occidental College antes da Segunda Guerra Mundial, e cônsul-geral japonês em Los Angeles nos anos 60.

Recado dos brasileiros

No seu recado de boas-vindas, o ministro de relações exteriores Celso Luiz Nunes Amorim declarou que aguarda com antecipação o centenário da imigração japonesa ao Brasil em 2008, e espera que o “simbolismo do centenário irá nos inspirar a manter o desenvolvimento e a cooperação na área de energia, biotecnologia, tecnologia de informações, nanotecnologia e tecnologia espacial”. Amorim acrescentou que a comunidade brasileira no Japão consiste de 313.000 pessoas, “nossa terceira maior comunidade no exterior”.

Noritaka Yano, o presidente da APN do Brasil e do comitê da convenção, agradeceu a presença de representantes do Japão, Ásia (Indonésia), Oceânia (Nova Caledônia), Venezuela e Havaí, os quais compareceram pela primeira vez a uma convenção da APN. Ele ainda disse que a oportunidade de promover interações, troca de informações, e debates entre os nikkeis de diversas nacionalidades é algo valioso que aprofundará nossos laços de amizade e ajudará os visitantes a “aprender sobre um lado da nossa cultura brasileira”.

Comentários das comunidades nikkeis

Mari Hayman, uma yonsei de Seattle e neta de Homer e Miki Yasui de Portland, a única oradora americana na sessão do plenário KNK, desafiou os nikkeis americanos a superarem suas diferenças com os nikkeis do Japão. “Somos nikkeis. Temos que nos conhecer”.

De acordo com um representante sênior, a população nipo-brasileira de hoje consiste de seis gerações preocupadas com o cuidado aos idosos, a falta de comunicação entre as gerações, jovens não correspondendo às expectativas dos pais, e problemas de saúde e finanças. O jovem representante acrescentou que “escutamos os membros mais velhos de nossa comunidade, pois são nossas inspiração para os projetos internacionais com o Japão”, especialmente na área do ensino do idioma japonês no Brasil.

Enquanto os nipo-brasileiros vão se preparando para o centenário de imigração no ano que vem, estão sendo aguardadas bolsas e programas de intercâmbio para jovens oferecidos pela Fundação Japão e por sociedades municipais no Brasil. Jogos de beisebol, torneios de sumô e futebol, concursos de beleza e campeonatos de taiko já estão na agenda para 2008.

Venezuela: “Mas não estamos unidos”

O representante venezuelano declarou que estava aguardando com antecipação o 80º aniversário da imigração japonesa no ano que vem, “mas não estamos unidos”. Ele então explicou que a maioria dos niseis não falam nihongo. Ainda assim, o jovem venezuelano afirmou que “os nisei-sansei são os pilares da nossa comunidade”.

No Peru, problemas existem nas comunidades niseis com respeito ao idioma japonês, e com o fato de que a maioria dos jovens nikkeis só tomam parte em organizações nikkeis para praticar esportes ou fazer apresentações teatrais. Um membro júnior da câmera do comércio propôs uma ousada iniciativa visando a promoção de laços culturais e de assistência da parte dos sanseis.

No México, a pergunta era “como os niseis podem transferir sua herança cultural às novas gerações”? Existem 25.000 nikkeis no México, de acordo com dados anunciados em 2006 durante as comemorações do 110º aniversário da imigração japonesa. Se forem incluídos os nikkeis de casamentos interétnicos e cujo primeiro idioma é o espanhol, sua população chega a 70.000. Muitos destes vivem no estado de Chiapas, onde os primeiros japoneses chegaram em 1896.

Ao invés de dar ênfase ao lado negativo, o jovem mexicano disse que “devemos focalizar e ir atrás deste sonho [de uma grande sociedade nikkei] para garantir o futuro da nossa comunidade”.

Chile: Em busca de assistência empresarial

No Chile, onde muitos nikkeis são profissionais com alto nível de educação mas com pouco tempo para promover a herança cultural japonesa, espera-se que empresas japonesas no país possam ajudar nesta tarefa.

Na Argentina, onde os primeiros japoneses vindos do Brasil chegaram em 1908, os nikkeis dekasegi estão retornando do Japão. Eles são capazes de proporcionar assistência às escolas, promover laços culturais com o governo, e também cuidar da população mais idosa.

No Paraguai, a população nikkei em cinco colônias agrícolas japonesas e em quatro cidades chega a 70.000 pessoas. Muitos jovens estão ansiosos para conhecer outros sanseis. Enquanto que alguns estão em dúvida se devem ou não cursar o ensino superior, muitos reconhecem o valor e a importância da herança cultural japonesa. Os dekasegi paraguaios também estão retornando do Japão, e espera-se que eles possam ensinar japonês à nova geração.

Na Bolívia, a identidade nikkei tem sido mantida através de escolas de línguas e da promoção da herança cultural japonesa. O representante boliviano acrescentou que a comunidade nikkei é “bem vista” no país, e que eles cuidam dos problemas de saúde e educação da comunidade.

Retrato japonês na Indonésia

O único representante da Indonésia, Heru S. Eto de Jacarta, mencionou a existência de 300 comunidades étnicas distintas no seu país, e que a promoção educacional do idioma japonês é um “problema sério”, mas que seu trabalho em conjunto com uma universidade em Tokushima tem produzido resultados. Eto também disse que a colônia japonesa de 3.000 pessoas em Bali é bastante integrada com a comunidade local.

Um orador lembrou o caso de 1.200 órfãos japoneses abandonados nas Índias Orientais Holandesas durante a Segunda Guerra Mundial; outros 120 japoneses veteranos de guerra foram enterrados na Indonésia. Além disso, mais de 1.900 japoneses foram internados em um campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial na Austrália.

Outros niseis neste campo de concentração ficaram estupefatos ao ver o grupo indonésio quando chegaram em fevereiro de 1943, pegando restos de comida, pão, manteiga, etc., e enfiando tudo dentro da roupa. “Demorou um pouco para convencê-los que aquele tipo de comportamento não era necessário”, lembrou Evelyn Suzuki de Sydney, durante a reunião no Camp Topaz em San Jose, na Califórnia, em 1998.

Workshops sobre vários tópicos

A sessão do plenário durou seis horas. Em outras palestras, a Dra. Akemi Kikumura-Yano e Yoko Nishimura (dos E.U.A.) apresentaram a sessão sobre “História da Imigração Japonesa”, enquanto que Lillian Kimura apresentou a sessão “Mulheres na Sociedade”. No painel das mulheres estavam uma diretora de coral do Peru, a esposa de um antigo embaixador paraguaio no Japão (Emi Kasamatsu), uma diretora de cinema brasileira (Tizuka Yamasaki), uma desembargadora federal (Consuelo Moromizato Yoshida), uma regente da Orquestra Sinfônica de São Paulo e uma tenente da marinha brasileira. “Estas mulheres com credenciais impressionantes têm histórias interessantes a contar”, disse Kikumura.

A palestra sobre “Nacionalidade Dupla” teve como foco a lei de nacionalidade japonesa e como ela afeta os dekasegi brasileiros, cujos filhos nascidos no Japão não tem pátria, pois não são reconhecidos nem pelo Japão nem pelo Brasil, e o que necessita ser feito para resolver esta questão no futuro.

O programa especial sobre os nikkeis nas forças armadas, coordenado pelo Gen. do Exército Akira Obara, incluiu uma visita ao centro da aeronáutica brasileira e à Embraer.

Os workshops para médicos nikkeis, presididos pelo Dr. Renato Yamada e sediados no Hospital Brasil, proporcionaram visitas a dois hospitais que atendem a população nikkei. Os workshops para dentistas foram realizados no Hotel Blue Tree, e foram presididos pelo ortodentista Dr. Ziro Yanagimori. No decorrer dos workshops, foi proposta uma Associação Pan-americana de Dentistas Nikkei.

Encontros de advogados, encontros de jovens, e discussões sobre “Cultura e Idioma Japonês”, “Emprego no Japão”, e “Influência da Música e das Canções Japonesas” foram realizados no Centro Cultural Japonês Bunkyo no bairro da Liberdade.

Um resumo dos 10 workshops foi entregue na cerimônia de encerramento no sábado, durante uma maratona de discursos de duas horas de duração, seguida por um jantar buffet de pratos típicos brasileiros. Os que estavam cochilando durante os discursos ficaram de olhos arregalados quando de repente apareceram no salão de banquete garotas de biquini dançando ao ritmo de um grupo de samba. Ao invés de formarmos um trenzinho de carnaval, o show imediatamente virou uma oportunidade para tirar fotos.

20 de julho de 2007: Visita à cidade histórica de Registro

Entre os vários pontos altos da convenção de quatro dias devo mencionar a memorável viagem de um dia a Registro, localizada a aproximadamente 200 kms sudeste da cidade de São Paulo, e chamada de “Marco da Colonização Japonesa” pelo estado de São Paulo. A cidade de Registro conta com mais de 60.000 habitantes, dentre os quais 10% são nipo-brasileiros.

“Viajamos por três horas até Registro, a primeira colônia japonesa do cultivo de chá no Brasil”, disse a presidente da PANA-East, Lillian Kimura, de Nova York. “Nos disseram que chá de Sri Lanka foi contrabandeado dentro de bisnagas de pão”. O cultivo do chá teve início em 1935.

O chá das plantações originais continua a ser cuidadosamente mantido e colhido à mão. Outros arbustos são cuidados com máquinas. Os arbustos originais estão em plena forma numa colina visitada pelos representantes. O cultivo de palmito, bananas, alface e arroz branco – alimentos comuns nas mesas brasileiras tanto de ricos quanto de pobres – tem grande importância no vale.

O serviço memorial anual para os pioneiros isseis, Tôro Nagashi – a oferenda de lanternas no rio, é uma data importante no calendário municipal. A cerimônia é realizada por um monge do Templo Budista de Registro, e também inclui orações de vários pastores protestantes e de um padre católico nipo-brasileiro da Igreja de São Francisco Xavier, um velho prédio no Bairro Japonês.

No século XVI, durante o período colonial brasileiro, foi descoberto ouro no Vale do Ribeira. Os garimpeiros da época registraram suas descobertas em um vilarejo que servia como porto fluvial. Daí o nome do município, Registro.

Após o término do período do ouro, a pequena comunidade foi renovada pelos japoneses através da agricultura e do comércio na primeira década do século XX. A Empresa Japonesa de Desenvolvimento no Exterior, Kaigai Kogyo Kabushiki Kaisha, introduziu uma máquina de processar arroz em Registro, a primeira no Brasil, e continuou a construir galpões e moinhos (exceto durante a Segunda Guerra Mundial) até os anos 80.

Um prédio de dois andares conhecido como a Casa dos Imigrantes Japoneses em Registro foi reconstruído em Meiji-Mura, um museum e parque de diversões em Inuyama, nas cercanias de Nagóia, no Japão. O parque foi inaugurado em 1965; sua entrada principal é a reconstrução do lobby original do Hotel Imperial em Tóquio (derrubado em 1968), o qual havia sido desenhado por Frank Lloyd Wright e que resistiu ao terremoto de 1923.

No nosso último dia na América do Sul, nosso encontro com um nisei argentino, Alfredo Tamagusuku, em Buenos Aires foi uma boa ocasião para relaxarmos longe dos grandes boulevards da capital. Quando jovem, ele ficou ilhado em Okinawa durante a Segunda Guerra Mundial, mas retornou à Argentina nos anos 50 para trabalhar como horticulturista na comunidade de Moreno (cerca de 40 quilômetros oeste de Buenos Aires). Lá vivem aproximadamente 100 japoneses, todos trabalhando no cultivo e no comércio de flores.

‘Viva - Banzai – Obrigado’

Ao voltar para a casa em Maryland depois da convenção conjunta APN / KNK em São Paulo, o presidente internacional da PANA (APN USA), Felix Kasamatsu expressou seu agradecimento aos representantes, observadores, convidados especiais e a Noritaka Yano, o presidente da APN do Brasil e organizador do comitê da convenção. “Todo mundo sabe que num país como o Brasil, com uma grande comunidade nikkei e várias organizações nipo-brasileiras, não é fácil coordenar este tipo de evento”.

A APN tomou a iniciativa de fazer a convenção em conjunto, e Kasamatsu afirmou que “continuaremos a fazê-lo no futuro”. E pela primeira vez, 18 jovens líderes de nove países das Américas participaram ao lado dos nikkeis mais velhos em debates sobre assuntos da atualidade e sobre o futuro da sociedade nikkei.

Com respeito a todas as boas novas e parabéns recebidos por participantes, e pela televisão e imprensa, Kasamatsu acrescentou: “Todos nós tivemos algo a ganhar. Foi um grande sucesso devido à participação de um grande número de pessoas de países diferentes. Nós aprofundamos nossas relações, e como consequência, o prestígio da sociedade nikkei (Nikkei shakai )”.

Além disso, a APN anunciou dois novos membros: a Venezuela (o 14º país) e o Havaí. O Uruguai irá sediar a COPANI XV em 2009, e depois será a vez ou de Los Angeles ou do Havaí em 2011.

© 2007 Harry K.Honda

Convenções da Associação de Nikkeis Pan-Americanos COPANI 2007
Sobre esta série

Este é uma série de artigos e relatos sobre a Convenção Conjunta COPANI & KNT realizada entre 18 e 21 de julho de 2007 em São Paulo.

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About the Author

Harry Honda nasceu em Los Angeles em 1919, formando-se na Maryknoll School em 1932. Sua longa carreira no jornalismo nikkei teve início em 1936, quando trabalhou no jornal Rafu Shimpo de Los Angeles, além de passar um ano no Nichibei Shimbun de São Francisco. Harry serviu na reserva do exército americano durante a Segunda Guerra Mundial, e em 1950 se formou em ciências políticas na Universidade de Loyola. Posteriormente, ele editou o Pacific Citizen, uma publicação semanal da Liga dos Cidadãos Nipo-Americanos. Após 50 anos de serviço, Harry se aposentou em 2002. Ele morreu em julho de 2013, aos 93 anos de idade.

Atualizado em julho de 2013

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