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Numa conversa com o sobrinho nasce um romance (Inglês)

(Inglês) Eu acho que eu tinha 38 anos quando meu sobrinho veio me visitar – ele tinha nascido no campo. Ele estava [estudando em] Berkeley naquela época. Ele estava cursando uma aula de sociologia e eles mencionaram Manzanar e aquela foi a primeira vez que ele ouviu falar a palavra “Manzanar” fora do contexto familiar. Porque quando a família se unia, a gente falava de Manzanar; a gente fazia piadas e ele nem sabia ... Ele havia nascido lá. Mas [para ele] era algum tipo de acampamento.

Mas quando o professor de sociologia mencionou o campo – só mencionou – isso fez com que ele ficasse interessado, e então ele veio me ver. Ele disse: “Tia, eu nasci em Manzanar, mas eu não sei nada sobre aquele lugar. O que é que era? O que é que você pode me contar sobre Manzanar?” Eu respondi: “Você não perguntou ao seu pai ou sua mãe?” Então ele disse: “Perguntei, mas eles não querem falar sobre o campo. Eles mudam de assunto. É como se eu estivesse fazendo alguma coisa de errado ao tocar no assunto”. Então eu disse: “’Tá bom, eu posso te contar um pouco sobre Manzanar”. Então eu comecei a falar para ele sobre Manzanar da mesma maneira que nós sempre falávamos sobre o campo. A comida horrível nos salões de refeição e as tempestades de vento. Eu disse: “Ah, sim, e a gente [também] jogava beisebol”. Eu fiz parecer como se o campo fosse um acampamento recreacional.

Mas o Gary – ele é um produto dos anos 60. Ele tem uma auto-estima muito mais forte, e ele ficou só olhando para mim e disse: “Tia, isso é bem esquisito”. Aí ele falou: “Sabe, você está falando como se ter vivido numa prisão não fosse nada de mais. Como você realmente se sentiu lá?” E por um instante, eu me deixei sentir. Ninguém nunca tinha me perguntado como eu me sentia com respeito ao que aconteceu. Eu então comecei a chorar e acabei chorando histericamente. Não consegui responder sua pergunta e, é claro, deixei ele sem graça porque ele não sabia o que tinha feito para que sua tia perdesse totalmente o controle. Eu não sabia o que estava acontecendo. Eu não sabia que ... Eu achava que eu estava sofrendo um ataque de nervos.


Data: 27 de dezembro de 2005

Localização Geográfica: Califórnia, Estados Unidos

Entrevistado: John Esaki

País: Watase Media Arts Center, Japanese American National Museum

Entrevistados

Jeanne Wakatsuki Houston, co-autora do aclamado Farewell to Manzanar (Adeus a Manzanar), nasceu em 1934 em Inglewood, California. A mais nova de dez crianças, ela passou a infância no Sul da Califórnia até 1942 quando, junto com a família, foi encarcerada no Campo de Concentração Manzanar, Califórnia, durante a Segunda Guerra Mundial.

Em 1945, a família retornou ao sul da California onde viveram até 1952, quando se mudaram para San Jose, Califórnia. Houston foi a primeira em sua família a conseguir um diploma. Ela conheceu James D.Houston enquanto freqüentava a Universidade Estadual de San Jose. Eles se casaram em 1957 e tiveram três filhos.

Em 1971, um sobrinho que nasceu em Manzanar, pediu a Houston que contasse como era o campo já que seus pais se recusavam a falar sobre o assunto. Enquanto contava, emocionou- se, então decidiu escrever, para ele e a famíla, ao invés de contar sua experiência. Juntamente com o marido, Houston escreveu Farewell to Manzanar. Publicado em 1972, o livro é baseado no que ela e a família enfrentaram antes, durante e depois da guerra. O livro tornou-se parte do currículo de muitas escolas, com o objetivo de ensinar aos alunos sobre a experiência Nipo-Americana, durante a Segunda Guerra Mundial. Um filme para a TV foi produzido em 1976, que recebeu um Prêmio Humanitas e foi indicado para o Emmy como melhor Roteiro Adaptado na categoria Drama.

Desde Farewell to Manzanar, Houston continuou a escrever sozinha e em parceria com o marido. Em 2003 seu primeiro romance, The Legend of Fire Horse Woman (A Lenda da Mulher Cavalo de Fogo) foi publicado. Ela ainda promove leituras, tanto na universidade, quanto na comunidade. Em 2006, Jeanne Wakatsuki Houston recebeu o Prêmio de Excelência do Japanese American National Museum (Museu Nacional Nipo Americano), por suas contribuições para a sociedade. (25 de novembro de 2006)

Ariyoshi,George

Baile de formatura durante a guerra (Inglês)

(n. 1926) Político democrata e governador do Havaí por três mandatos

Ariyoshi,Jean Hayashi

O dia em que Pearl Harbor foi bombardeada (Inglês)

Ex-primeira dama do Havaí

Funai,Kazuo

Japão vs. Estados Unidos (Japonês)

(1900-2005) Empresário issei

Nakamura,Eric

Andando de skate em Manzanar (Inglês)

Co-Fundador e Editor de Giant Robot

Hirabayashi,James

A vida como adolescente no campo de concentração (Inglês)

(1926 - 2012) Estudioso e professor de antropologia, liderou a fundação de estudos étnicos como disciplina acadêmica

Katayama,Robert

Sendo obrigado a manter um diário que mais tarde foi confiscado, aparentemente pelo FBI (Inglês)

Havaiano nissei que serviu na II Guerra Mundial com o 442º Time de Combate Regimental

Kawakami,Barbara

O ataque a Pearl Harbor (Inglês)

Pesquisadora e estudiosa do vestuário dos imigrantes japoneses.

Kawakami,Barbara

Ajudando soldados (Inglês)

Pesquisadora e estudiosa do vestuário dos imigrantes japoneses.

Kodani,Mas

A diversão no campo de internamento (Inglês)

Ministro do Templo Budista Senshin e co-fundador do Kinnara Taiko.

Kochiyama,Yuri

Pai como prisioneiro de guerra no hospital (Inglês)

(1922–2014) Ativista política e de direitos civis.

Kochiyama,Yuri

Patriotismo versus lealdade (Inglês)

(1922–2014) Ativista política e de direitos civis.

Kochiyama,Yuri

Cartões postais para os soldados nissei (Inglês)

(1922–2014) Ativista política e de direitos civis.

Kochiyama,Yuri

Escondendo fatos que aconteceram no campo de concentração (Inglês)

(1922–2014) Ativista política e de direitos civis.

Kochiyama,Yuri

Isseis são trabalhadores (Inglês)

(1922–2014) Ativista política e de direitos civis.

Kochiyama,Yuri

O lado positivo do campo de concentração (Inglês)

(1922–2014) Ativista política e de direitos civis.