PERFIL DO ARTISTA:

Nascido em 1978, em Osaka, Japão; vive e trabalha em Tijuana, México, e Düsseldorf, Alemanha

As obras do artista visual e cineasta Shinpei Takeda envolvem uma ampla gama de temas relacionados à memória e história. Utiliza instalações de multimídia, intervenções sonoras, filmes documentários, instalações fotográficas em larga escala e projetos comunitários colaborativos, em uma variedade de contextos públicos. Seus documentários tratam de tópicos diversos como a emigração japonesa pré-2ª Guerra Mundial para Tijuana, México, e sobreviventes da bomba atômica que vivem nas Américas. Seus projetos de artes visuais incluem uma montagem, feita em colaboração com a comunidade local, de fotos urbanas externas. Takeda é fundador e diretor de criação do AjA Project, uma ONG dedicada ao trabalho com crianças refugiadas reassentadas em San Diego e com jovens deslocados na Colômbia e na Tailândia, usando fotografia participativa.

TRANSCRIÇÃO:

Meu nome é Shinpei Takeda e sou artista. Sou do Japão, cresci na Alemanha de 1985 a 1990, devido ao trabalho do meu pai.

Quero poder dizer que meu trabalho é ser Shinpei Takeda. É simplesmente isso que estou tentando fazer, o que sinto que devo fazer e certos contextos me exigem certas aptidões diferentes.

Sabe, no México, faço um trabalho de arte muito mais visual. Na Alemanha, estou editando muito mais. Escrevi um livro na Alemanha. Há partes diferentes desses lugares com as quais me associo. Tudo isso está dentro de mim, sabe.

Estou propondo uma instalação de Motel das Baratas, que é um andaime, no qual estarei no primeiro andar e terá três (andares). É uma torre e um túnel, o qual chamamos de Armadilha para Baratas, então isso será uma pequena armadilha, terá muito barulho lá dentro, e depois terá alguns outros setores onde estaremos e tocaremos música. Como se fosse uma “unidade de punkformance de ruído”, que possui dois músicos norte-americanos, dois artistas mexicanos e eu. A gente vem fazendo esse tipo de “punkformance de música”, um projeto de punk performance, nos últimos 10 anos mais ou menos.

Ainda estou “diasporando”, sabe. Estou tentando explorar, mudando aqui, mudando lá, e então, mudando de um lugar para outro, algo se torna claro acerca do lugar que você deixou. 

Além dos limites de Oaxaca, há uma cidade pequena chamada Teotitlán del Valle, onde havia 5.000 pessoas e todas estavam tecendo. Tecer tem tudo a ver com tempo – é como uma máquina de impressão, lentamente você vai... – tem a ver com granular o tempo nesse fio. Então achei que era uma metáfora interessante. E usei esta base para tapetes como tela e comecei a pintar sobre elas.

Esta peça chamada “Beta Decay 3”  tem o nome de “Linha de Tempo de Nossa Memória”. Aquela outra tem muitos escritos em Zapotecos, mas eles não possuem alfabeto. Então, escrevi em japonês, em katakana. 

Meu propósito é mostrar o meu processo de como você interrompe se cada fio é a vida e as histórias de um indivíduo. Como prestamos atenção e como ouvimos as histórias dessas pessoas? 

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Fronteiras Transpacíficas: a arte da diáspora japonesa em Lima, Los Angeles, Cidade do México e São Paulo está em exibição no Museu Nacional Nipo-Americano de 17 de setembro de 2017 a 25 de fevereiro de 2018. A exposição examina as experiências de artistas de ancestralidade japonesa que nasceram, cresceram ou vivem na América Latina ou em bairros predominantemente latino-americanos no sul da Califórnia. Shinpei Takeda é um dos artistas de destaque nessa exposição.

Para mais informações sobre a exposição, visite janm.org/transpacific-borderlands.

Japanese American National Museum 
100 N. Central Ave. 
Los Angeles, CA 90012 
janm.org

*A exposição é parte da Pacific Standard Time LA/LA—uma iniciativa liderada pela Getty Foundation, que explora a arte latino-americana em diálogo com Los Angeles e foi realizada com um patrocínio dessa Fundação. O atual patrocinador da PST/LA/LA é o Bank of America.