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PERFIL DO ARTISTA:

Nascida em 1981, em Lima, Peru; trabalha e vive em Lima.

Trabalhando com materiais e situações do cotidiano, Sandra Nakamura cria intervenções temporárias e pontuais nas quais busca envolver o público de forma ativa em questionamentos sociopolíticos. Realizou projetos para o Centro Aberto, Peru; Bienal das Américas, Denver, Colorado; Instituto CCA Wattis, em São Francisco, e na Bienal de Cuenca, Equador. Foi agraciada com várias bolsas, incluindo o prêmio de Artista-revelação 2016 da Fundação de Arte Cisneros Fontanals (CIFO) e foi artista residente no Centro Basco—museu de arte contemporânea, Espanha; Projeto Museu Comunitário, Hong Kong; e Centro de Arte Contemporânea Kitakyusho, Japão. Nakamura tem mestrado em Belas Artes pela Universidade Bauhaus, Weimar, Alemanha.

TRANSCRIÇÃO:

Creio que boa parte do meu trabalho seja formada por minha experiência de viagens e da experiência de me sentir ligeiramente deslocada – mas de maneira constante – por exemplo, aqui nunca me senti realmente peruana, completamente peruana.

Aos 17 anos, fui estudar nos EUA, um lugar também que não me era familiar, onde tive de aprender o idioma. Aí me senti um pouco deslocada. E logo depois, fui à Alemanha e também passei um tempo no Japão. Logo após esses 12 anos viajando e trabalhando no exterior, regressei ao Peru para trabalhar aqui pela primeira vez. E sendo a minha casa nesse momento, não me sentia familiarizada para trabalhar. Creio que surge aí um pouco dessa questão de investigar o espaço - essas relações, esses vínculos, quer sejam afetivos ou contextuais, que temos com os espaços, as pessoas, os lugares.

A obra sempre tem algum tipo de relação com o lugar ou o contexto onde será exposta. Geralmente pesquiso primeiro a questão do lugar - sobre o lugar, sua história, suas condições espaciais. A seguir, baseada no que vou encontrando, me concentro em um aspecto específico. E a parte material, física ou formal decorre do que encontro nessa minha pesquisa.>

Como são formados os vínculos afetivos que temos com o espaço, essas questões de memória coletiva também - porque às vezes, a pessoa se relaciona com o espaço de uma maneira muito íntima, devido a uma questão pessoal ou talvez por experiências ou familiares, mas ao mesmo tempo, também compartilha algum tipo de vínculo de maneira coletiva.

Creio que essa identificação ou relação com o Japão, de alguma maneira se manifesta no tratamento dos materiais. Por exemplo, eu uso muitíssimo o branco, a questão monocromática, mais minimalista. Não sei se são coisas que aprendi no Japão, ou na minha casa, ou dos meus avós, ou de como as coisas são organizadas na sua casa ou espaços - nunca consegui identificar muito precisamente de onde vem essa questão específica.

O vazio, a ausência e o deslocamento são importantes na minha pesquisa. E por outro lado, essa questão do branco e do espaço, não cheio de objetos, de coisas, de cores – quase como um espaço de contemplação.

* * * * *

Fronteiras Transpacíficas: a arte da diáspora japonesa em Lima, Los Angeles, Cidade do México e São Paulo está em exibição no Museu Nacional Nipo-Americano de 17 de setembro de 2017 a 25 de fevereiro de 2018. A exposição examina as experiências de artistas de ancestralidade japonesa que nasceram, cresceram ou vivem na América Latina ou em bairros predominantemente latino-americanos no sul da Califórnia. Sandra Nakamura é uma das artistas de destaque nessa exposição.

Para mais informações sobre a exposição, visite janm.org/transpacific-borderlands.

Japanese American National Museum
100 N. Central Ave.
Los Angeles, CA 90012
janm.org

*A exposição é parte da Pacific Standard Time LA/LA—uma iniciativa liderada pela Getty Foundation, que explora a arte latino-americana em diálogo com Los Angeles e foi realizada com um patrocínio dessa Fundação. O atual patrocinador da PST/LA/LA é o Bank of America.

JANM — Atualizado em Set 22 2018 10:06 p.m.


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