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PERFIL DO ARTISTA:

Nascida em 1979 no Mato Grosso, Brasil; vive e trabalha em Les Pavillons-sous-Bois, França.

Erica Kaminishi viveu por dez anos no Japão, onde trabalhou, estudou cerâmica e fez um programa de Doutorado. Trabalhou como artista no Japão e no Brasil e participou da Trienal de Aichi (2010) e da Trienal de Arte Echigo Tsumari (2012). Suas obras de arte combinam elementos culturais japoneses—tais como jardins e nihonga, pintura tradicional japonesa—com trabalhos em língua portuguesa, como a poesia de Fernando Pessoa. Kaminishi tem mestrado pela Universidade de Nihon. A artista questiona a sua própria identidade em duplo viés, por meio de poesias na língua portuguesa e representações visuais que dialogam com o Japão.

TRANSCRIÇÃO:

O meu histórico familiar é marcado pela mudança, pela imigração, essa coisa de lugar não fixo. Meus avós são japoneses, de origem do Norte do Japão, meus pais são da segunda geração de japoneses nascidos no Brasil e eu nasci no interior do Mato Grosso.

Por volta dos 18 anos, fui para o Japão pela primeira vez. Comecei a pesquisar e estudar sobre a arte tradicional japonesa. Eu retrabalho muitos elementos do período Barroco Japonês, que é o início da Era Edo.

Eu fiz residência artística no departamento de Biologia da Universidade de Waseda. Foi muito enriquecedor, foi a primeira vez que eu trabalhei realmente com elementos, por exemplo, a placa de Petri, tubos de ensaio e isso eu também introduzi no meu trabalho. Eu pensava na arte como um meio para canalizar todas as experiências, tudo aquilo que eu estava vivenciando no momento. O trabalho reflete a identidade, a questão do não lugar e das origens.

A escrita foi muito importante nesse período. Eu escrevia vários diários, os diários começaram a se transformar em desenhos e foi a partir desse ponto que eu comecei a trabalhar a palavra como composição visual. Basicamente eu trabalho com desenho, então o papel é o meu limite.

Então assim, eu gosto de pensar como eu posso ultrapassar os limites do papel e desenvolver o meu trabalho em outros meios, outros canais, e isso é um grande desafio, você pensar em grandes escalas. Pensar no trabalho que englobe o lado conceitual, o lado estético, o lado técnico e que eles consigam se dialogar de forma harmônica.

* * * * *

Fronteiras Transpacíficas: a arte da diáspora japonesa em Lima, Los Angeles, Cidade do México e São Paulo está em exibição no Museu Nacional Nipo-Americano de 17 de setembro de 2017 a 25 de fevereiro de 2018. A exposição examina as experiências de artistas de ancestralidade japonesa que nasceram, cresceram ou vivem na América Latina ou em bairros predominantemente latino-americanos no sul da Califórnia. Erica Kaminishi é uma das artistas de destaque nessa exposição.

Para mais informações sobre a exposição, visite janm.org/transpacific-borderlands.

Japanese American National Museum
100 N. Central Ave.
Los Angeles, CA 90012
janm.org

*A exposição é parte da Pacific Standard Time LA/LA—uma iniciativa liderada pela Getty Foundation, que explora a arte latino-americana em diálogo com Los Angeles e foi realizada com um patrocínio dessa Fundação. O atual patrocinador da PST/LA/LA é o Bank of America.

JANM — Atualizado em Set 22 2018 10:06 p.m.


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