Quero jogar bem para que nossos torcedores fiquem satisfeitos
Nahomi Kawasumi é membro do Seattle Reign, um time da National Women's Soccer League (NWSL). Ela terminou sua terceira temporada com a equipe este ano. A mídia local a chama de “Naho”. É provável que você veja o nome dela aparecer cada vez mais hoje em dia. Sentamos com ela para discutir futebol e a vida em Seattle.
Entrevista conduzida por Naoko Watanabe, tradução de Bruce Rutledge
A vida de um jogador profissional de futebol
Nesta temporada, o Reign perdeu por pouco uma vaga nos playoffs. Kawasumi ainda foi capaz de mostrar suas habilidades complicadas no manejo da bola e seu jogo dinâmico. Em maio, ela bateu novo recorde de assistências em um único jogo. O que ela trouxe para o Reinado durante sua terceira temporada? “Nesta temporada, houve muitas mudanças de pessoal na equipe e senti que alguns aspectos do jogo que foram apoiados por outros jogadores nos anos anteriores precisavam ser apoiados por mim”, disse ela. “Acho que sou mais mimado pelos meus companheiros do que pressionado por eles. Sou um dos membros mais velhos desta equipe, mas eles não sabem minha idade! (risos) Mesmo no Japão, pareço muito mais jovem do que sou.”
O simpático Kawasumi completou 32 anos em setembro. Em abril, ela fez o primeiro arremesso em um jogo do Seattle Mariners. Ela tinha um grande sorriso no rosto durante toda a experiência. Ela teve uma carreira repleta de experiências ricas. Ela venceu a Copa do Mundo com a seleção japonesa e recebeu a medalha de prata nas Olimpíadas. Ela teve uma longa carreira na liga feminina japonesa com o INAC Kobe Leonessa. Kawasumi sempre pensa em como pode aumentar a visibilidade do futebol feminino. “Acredito que o trabalho de um profissional é mandar os torcedores para casa satisfeitos com seu jogo. Para isso, faço um esforço consciente para jogar de uma forma que surpreenda os torcedores e faça com que eles me apreciem. Esta é a liga profissional americana, então no meio da temporada eu poderia ser negociado ou cortado. Isso mantém nossa motivação individual alta. No Japão, o futebol feminino não é profissional. Existem apenas alguns jogadores com contratos profissionais individuais. Não existe aquela sensação de 'sou profissional, então não posso dar desculpas'. Acho que se o Japão tivesse uma liga profissional, a motivação dos jogadores ficaria mais clara.”
Kawasumi ficou impressionado com a forma como os americanos lidam com as relações públicas. “As mensagens nas redes sociais e as transmissões de TV têm um forte efeito, e as transmissões do YouTube destacam os destaques imediatamente. Há também o gol da semana e o jogador do mês, que atraem a torcida. É realmente divertido."
Kawasumi mantém um blog atualizado diariamente desde 2009. “Não há muita informação divulgada sobre o futebol feminino. É importante manter as pessoas engajadas, por isso tento manter o fluxo de informações, postando novidades sobre o futebol feminino pelo menos uma vez por dia. Tento mostrar outros lados dos jogadores através das minhas postagens.” Ela escreve sobre futebol, Seattle, atividades cotidianas, como se estivesse conversando com um amigo. E ela tem muitos seguidores ávidos. Desde que ela se mudou para o Reinado, seus leitores conheceram Seattle, o time e o futebol feminino dos Estados Unidos.
O esforço contínuo é importante
Em Seattle, mais meninas jogam futebol. Muitas dessas garotas são fãs do Reinado. Kawasumi, que adora futebol desde o jardim de infância, escreveu certa vez na segunda série que queria ser jogadora de futebol. “Nunca me cansei de futebol”, disse ela. “Nunca pensei em seguir um caminho diferente.”
Toda a família dela gosta de esportes. Sua irmã, três anos mais velha, a levava ao futebol. Em seu bairro, em Kanagawa, havia muitas boas jogadoras de futebol, mas ela jogava com meninas mais velhas e começou a jogar quando estava na terceira série. Quando ela percebeu que tinha habilidades para todo o Japão? “Eu não fiz isso”, ela respondeu. “Desde pequeno fui menor, principalmente no ensino fundamental. Havia muitas crianças que eram mais rápidas ou conseguiam chutar com mais força. Mas tenho um forte desejo de não querer perder para ninguém, não importa se são mais velhos ou maiores que eu. Cheguei até aqui pensando: ‘Não vou perder’”.
Alguém pode realmente se tornar um jogador de futebol de classe mundial apenas por odiar perder? O que é necessário para alcançar esse nível? “O esforço contínuo é o mais importante”, disse Kawasumi. “Continuo jogando com o objetivo de transformar as jogadas que me esforço para realizar em peças rotineiras que posso fazer sem pensar.” Por exemplo, dê o passo de prender a bola. No início, a bola vai para todos os lados. Mas com a prática, um jogador pode segurar bem a bola e pensar em seu próximo movimento. Junto com princípios básicos como armadilhas e passes, um jogador pode pensar: “Assim que pegar a bola, vou atacar”. Então, ela precisa pensar em como fazer isso. Como ela deveria se posicionar? Uma vez que um jogador consegue se posicionar sem pensar nisso, ele pode pensar em executar sua jogada com dois toques ou menos. E para fazer isso, ela tem que pensar no que fará quando a bola chegar em sua direção, explicou Kawasumi. “Você repete essa prática detalhada indefinidamente até conseguir produzir o tipo de jogada que deseja alcançar. Fiz isso especialmente desde o ensino médio até a universidade.”
Vida fácil em Seattle
Nos dias em que não está na estrada e não tem jogo, ela pratica pela manhã e relaxa em casa à tarde. Às vezes, ela vai ao centro da cidade ou a Bellevue para fazer compras. Ela também se tornou uma grande fã de esportes desde que se mudou para Seattle. “É a magia de Seattle”, disse ela. “No Japão, teríamos que viajar bastante para ver esses diferentes esportes, mas em Seattle o futebol masculino, o futebol americano, o basquete e o beisebol são jogados nas proximidades. Assisto a tantos jogos do Storm que os jogadores me reconhecem. Também vi os Sounders e os Mariners. Não pude ver os Seahawks porque nossas temporadas são diferentes, mas este ano finalmente vi um jogo de pré-temporada. Nos EUA, esporte é entretenimento. Os torcedores se divertem acompanhando seu time e torcendo por seus jogadores favoritos. Eles se identificam com os jogadores do time e ficam irritados quando os árbitros perdem uma decisão.”
Kawasumi é uma pessoa sociável. Seus companheiros de equipe, amigos e muitas outras pessoas aparecem em suas postagens no blog, incluindo Ramu Tokashiki do Seattle Storm. “Conversamos sobre muitas coisas e somos bons amigos”, disse Kawasumi. “Somos ambos atletas, por isso podemos passar algumas horas conversando sobre questões como doping, sobre fazer exames ou fazer exames não anunciados. E costumes que são comuns no futebol, mas nada comuns no basquete.”
Muitos de seus amigos vêm do Japão. Enquanto Kawasumi mantém seu foco em jogar futebol, ela também encontra tempo para levar seus amigos aos melhores pontos turísticos de Seattle. “Primeiro, é o centro da cidade e o Pike Place Market. Se tivermos tempo, levo-os para Snoqualmie Falls ou talvez de caiaque no Lago Union. O Monte Rainier é adorável, então, se eu tiver um longo período de folga, irei visitá-lo. Mas leva seis horas de ida e volta, então é um pouco difícil para uma viagem de um dia. Raramente tenho dois dias de folga seguidos.”
Por fim, Kawasumi deixou esta mensagem para nossos leitores: “Não consigo imaginar outro lugar fora do Japão que seja tão fácil de se viver como Seattle. Eu amo esse lugar. Espero que você continue me apoiando!”
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Nahomi Kawasumi: Kawasumi nasceu em 1985 na província de Kanagawa. Ela cresceu lá também. Ela tem 157 cm (cerca de 5'2”). Ela é a número 36 do Reign e joga para frente. Ela começou a brincar com bola quando ainda estava no jardim de infância. Durante seu período matriculado na Nippon Sport Science University, ela competiu no país e no exterior. Em 2008 ingressou no INAC Kobe Leonessa da Liga Nadeshiko e também estreou na seleção japonesa. Em 2014, foi emprestada ao Reinado, mas depois voltou para Leonessa. Em junho de 2016, ela se tornou membro titular do Reinado.
*Este artigo foi publicado originalmente pelo The North American Post em 9 de novembro de 2017.
© 2017 The North American Post
