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A aprendizagem no Japão (Espanhol)

(Espanhol) Fiz meu aprendizado com mestres tradicionais nas montanhas ao sul de Tóquio, a duas horas de Nagóia. Era numa cidadezinha, Oogaya, onde se pratica a tradição Minoyaki – basicamente dois tipos de cerâmica: shino e oribe. Shino é uma cerâmica com um esmalte de cor branca e oribe é uma cerâmica de cor esverdeada, vitrificada, muito especial. Eu tive sorte de poder cursar estas aulas e viver praticamente como o aprendiz de um bom mestre, Tsukimura Masahiko, que me aceitou como aprendiz, como assistente. Acho que a disciplina destes anos formativos foram fundamentais. A vida austera no campo – ter que fazer trabalhos que não tinham só a ver com a cerâmica, tais como construir uma casa, certificando que todo o processo funcionasse, e não apenas [passando o tempo] produzindo objetos de argila. Acho que sempre vi a cerâmica mais como um modo de vida do que como uma profissão – algo difícil, porque no final das contas pude fazer um trabalho mais industrioso e mais ligado à capacidade de criar objetos que pudessem ser “trocados” mais facilmente, que pudessem ter usos diversos para as pessoas. Eu acredito que o que fiz foi respeitar o processo, os princípios da crença no trabalho como um modo de vida para fundamentar uma estética pessoal.


Data: 7 de dezembro de 2007

Localização Geográfica: Lima, Peru

Entrevistado: Harumi Nako

País: Asociación Peruano Japonesa (APJ)

Entrevistados

Carlos Runcio Tanaka nasceu em Lima em 1958. Logo depois de ter cursado filosofia no Peru, ele passou a se dedicar à cerâmica. Realizou estudos no Brasil, Itália, e Japão. Participou em exposições em grupo e coletivas no país e no estrangeiro, representando o Peru em diversas bienais da arte contemporânea. Como resultado, suas obras se encontram em museus e coleções privadas em vários países. Expõe individualmente desde 1981 na América Latina, Estados Unidos, Japão e Itália. Nos últimos anos, foi professor convidado em prestigiosas universidades nos E.U.A. e Japão. Em conjunto com suas exposições e seu trabalho de investigação, ele mantém desde 1978 um atelier de cerâmica artística, no qual produz peças utilitárias e objetos funcionais de pedra sabão, utilizando matérias primas locais e fornos de gás para cozê-las (1.300ºC). Em novembro de 2007, expôs suas obras na mostra “Uma Parábola Zen e Dez Contos” (Zen no Ohanashi to Tõ no Chiisana Monogatari / A Zen Parable and Ten Short Stories) na Galeria Ryoichi Jinnai do Centro Cultural Peruano Japonês, na ocasião da XXXV Semana Cultural do Japão. Em dezembro daquele ano, publicou seu primeiro livro com o patrocínio da Associação Peruano Japonesa, cujo título é o mesmo da sua última mostra. (7 de dezembro de 2007)